Tilt

Converse com quem cria. Depois a gente conversa.

Esses dias vi uma artista plástica que trabalha a arte do som ou o som da arte. Ando com essa mania irritante de trocar as palavras de ordem e ver que às vezes não importa e que importa muito às vezes. E ando com a cabeça oca.
A artista resolveu colocar micro microfones em pincéis de maquiagem para ouvir os sons tão delicados do contato deles com a pele. Apresentou como arte sonora e disse que quer ver coisas tão cotidianas com uma outra perspectiva. A inspiração veio quando maquiava a avó para um casamento.
Que som será que faz os pincéis deslizando no seu rosto? - perguntou a si própria. E descobriu.

Tudo isso serviu para dizer que ando sem inspiração, que não acho a ponte para colocar meus pensamentos em prática e que, honestamente, não tenho dado muito valor a eles. Quando a gente olha um quadro em um museu com um risco e um circulo, é comum dizer 'isso eu também faço'. E eu vim aqui dizer, pois é, mas não fez.

Esse é o enorme abismo entre o inventor do google e nós; entre o polvo e o homem vitruviano; entre o sentido do texto e o sexto sentido; entre quem nada e quem nada.

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