1. Eu quero uma vida de cinema

Que fique bem claro que não refere-se a comédias românticas previsíveis mamão com açúcar agrada a todos. Pronto. Derrubado o senso comum, podemos começar.

Sabe o ângulo perfeito dos rostos, o enquadramento da cena sem esquecer dos detalhes? Sabe o zoom na expressão, na conversa. A luz, o ambiente, o jardim, o momento, o passeio. Sabe?

Aquele minuto que muda o rumo, aquele rumo que nunca foi perseguido, por vezes ignorado.

Sabe aquele suspiro de uma discussão, duas horas que podem valer por anos, emoções a flor da pele e a espera ansiosa pela resposta. Sabe?

Eu queria viver só de exceções. Sem me esquivar de momentos ruins. Queria que minha vida fosse gostosa de ser assistida sem nunca ser vista por ninguém. Que fosse, tantas vezes, emocionante.

O mais ou menos me mata. O previsível também. Porque é assim para mim não existe.

A minha briga diária não é pelo descanso em paz, não é pelos lugares que eu quero conhecer, não é para, por fim, ser reconhecida. A minha briga diária é para viver as sensações mais simples com uma grandeza incalculável.

Eu estudo por conversas mais profundas, para poder levar o pensamento aonde ele nunca foi. Para ter meus gostos e aproveitar da forma mais única todos eles.

Quero dividir, quero somar, achar graça naquilo que tenta um salto e cai desajeitado no chão. Não apenas sucessos, vitórias e tudo aquilo que admiração está intrinsecamente ligado.

Eu quero dar tchau para tudo que eu não acho certo. Brigar pela pureza de um coração batendo mais depressa.

O que eu quero é muito simples. E é exatamente por isso que é tão complicado.