Arquivo Confidencial

Eu já vi Faustão algumas vezes, né, e não preciso ser apedrejada por isso. Só se eu continuasse a frase com "e foi em uma dominguera...", daí faço questão de levá-las na cabeça.

Mas é que eu aprendi uma coisa no quadro do programa "arquivo confidencial", em que várias pessoas gravam depoimentos sobre outra, tal.

Geralmente elas contam alguma situação pela qual o homenageado passou e na qual estavam juntas. Em seguida, contam a reação que a pessoa teve (a essa hora a celebridade já chora de orgulho de si mesma) e antes dos tes amos, vocês és lindas, quem dá o depoimento carrega o sotaque e fala:











(pausa)
















E eu achei aquilo tão____________ . Porque como é que tão pequena, já___________.











(pausa)













O cacete que achou aquilo naquela hora!

Levam-se anos a descobrir as próprias percepções sobre si mesmo e sobre os outros. Dificilmente a faz no momento, muito menos quando é parte da cena principal acontecendo na vida.


Daí passaram-se 35 anos e o entrevistado vai gravar o vídeo e lembra do acontecimento que já fora tão mastigado por ele próprio que soube ver até qual era a cor das entrelinhas.

É que na hora é quando a vida acontece. É o único momento em que é impossível controlar-se, você podia ter se controlado antes, mas nunca irá fazê-lo na hora.

Na hora não dá para arrepender-se, só é possível depois. Na hora é instinto até para os mais meticulosos.

Na hora que eu vi, aí já muda tudo. Na hora que eu vi, é perceber aquela hora que já passou. Que não volta e que estamos sujeitos o tempo todo a querer mudá-la.


Quando dizem para pensar duas vezes antes de fazer algo, estão lhe dizendo, na verdade, é que na hora e pensamento são como água e óleo, não se misturam. Na hora não existe quando há pensamento, mas assim que ele dá uma brecha, ela sabe de sua força.

Be wise.

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