Toda vez que deito na cama acordada me pergunto se você também está deitado na cama acordado e pensando naquelas dores nas costas que um dia você me contou e logo mudou de assunto.

Eu quis te dizer que eu também tinha algumas dores, mas logo falávamos de outra coisa. Como agora que te escrevo para te dizer que você está em várias coisas do meu dia e que muitos dos meus trabalhos acontecem devido ao seu conhecimento. Porque eu sempre admirei o modo como você, quase quieto, falava sobre uns devaneios.

Uma coisa assim com medo do que pudesse suceder e de como você estaria por aí, tão vulnerável à boca dos outros.

E aí lembrei que nunca tive a oportunidade de te dizer que eu amo como não tenho que te dizer nada, porque você não acha nada sobre mim, só porque eu fui.

Comemos pêssego um dia juntos e eu vim te dizer que ontem, ontem mesmo, pensei que seus trabalhos artísticos foram os mais lindos que já vi. E que se dane o que você já fez.

Se voltar, eu entenderei seus devaneios. Esse mundo de hoje manda uns sinais esquisitos e toda a gente acha normal ficar normal e usar estes meios de propagação rápida para liquidar a sanidade alheia de vez.

Se você quiser um dia sentar no parque, e a gente fingir que só quer ver os cachorros passar e depois arremessar a bola na cesta de basquete, eu quero ir.

Com amor,


Let it snow.

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